O dever da segurança é do Estado, como garante a Constituição, mas com os altos índices de criminalidade registrados no País, a sensação de insegurança tem feito com que a população recorra à contratação de empresas especializadas em proteção. O trabalho conjunto entre a segurança privada e a pública, como acontece no Residencial Parque dos Príncipes, bairro da zona Oeste de SP, mostra-se eficaz para inibir a violência urbana.
Para o capitão Eliel Pontirolli a parceria entre segurança pública e privada têm gerado frutos, como no caso do Residencial Parque dos Príncipes.
Segundo levantamento feito pela Policia Federal, no País há 450 mil vigilantes particulares. O número ultrapassa o contingente de policiais militares que é de 350 mil. Só a Grande São Paulo conta com 1.918 seguranças de rua. A sensação de insegurança, que atinge 9 entre 10 brasileiros de acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), tem levado estabelecimentos comerciais, residenciais, bancos, empresas a contratarem empresas de segurança privada, área que cresce 14% ao ano.
Recentemente, surgiu uma polêmica sobre o assunto. Enquanto o Delegado Geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima defende que apenas o poder público não consegue resolver os problemas de segurança e, para isso cobra participação mais efetiva dos vigias de rua para conter assaltos a residências. O Secretário da Segurança Pública de SP, Antônio Ferreira Pinto não crê na parceria entre segurança pública e privada, alegando que esses profissionais não estão preparados.
Sobre estas divergências, o Diretor de Comunicações da Associação dos Proprietários do Residencial Parque dos Príncipes (APRPP) Winfried Ludewig comenta: “Ninguém, em sã consciência, pode generalizar, negando a importância e a eficiência da segurança privada. O enorme contingente de vigilantes privados, perto de meio milhão, os gigantescos recursos financeiros e tecnológicos empregados, o treinamento nos transportes de valores, na escolta armada, na segurança pessoal, na vigilância privada não podem ser simplesmente negados, isto é negar a realidade que se mete pelos olhos adentro. A ausência da segurança privada pode agravar ainda mais a violência na sociedade. Mas a aproximação desta com a Polícia se torna extremamente útil para combater a criminalidade”.
Casos exemplares como no Residencial Parque dos Príncipes, localizado no bairro do Butantã na zona Oeste de São Paulo, demonstram que a união entre a Polícia Militar e profissionais de vigilância privada têm gerado frutos. Segundo o supervisor de segurança da APRPP Cláudio Valdam, como é conhecido, o papel do vigia é informar ao poder público o que acontece na sua área de trabalho. “Nosso papel é de realizar a segurança preventiva, ou seja, abordamos pessoas com atitudes suspeitas e damos apoio na escolta dos moradores”, explica. “Nos casos de assalto e roubo, reunimos o maior número de informações e acionamos a polícia”, completa.
Já o capitão Eliel Pontirolli, responsável pelo comando da Polícia Militar da região Oeste da Capital, alega que a participação de todos é fundamental para diminuir a violência. “A parceria com a segurança privada, até o momento, tem gerado efeitos positivos”, afirma. “No caso do Parque dos Príncipes, por ser uma área atípica, parecida com um condomínio, mas que na realidade é um residencial aberto, torna-se um local vulnerável por causa do entorno. Mesmo assim, a ocorrência de roubos e furtos é baixa, com índices parecidos aos condomínios fechados de Barueri e Santana do Parnaíba, por conta da vigilância preventiva”, acrescenta.
Responsabilidade pela segurança
De acordo com Cláudio, o dever da segurança pública é do Estado e só ela tem o poder de prisão. “A nossa contribuição é fazer ronda e patrulhamento preventivo e em casos de ocorrência chamar a polícia”. Para o capitão Pontirolli, os investimentos em segurança feitos pela APRPP refletem na diminuição de roubos e furtos da região. “Os vigilantes são essenciais para levantar dados sobre a criminalidade do local. Eles atuam como nossos aliados na luta contra a violência e quem ganha com essa união é a população”.
Ambos concordam que o tripé - homem, tecnologia e treinamento - só vai funcionar se a população auxiliar a Polícia e a vigilância privada no combate ao crime. “Nós todos, cidadãos comuns, podemos ser vigilantes. Não basta ter dispositivos tecnológicos e contratar profissionais especializados, se as nossas atitudes facilitarem a ação da criminalidade”, expõe o capitão. “A maioria dos casos de assalto que ocorrem aqui no Residencial acontece porque os moradores descuidam de sua proteção quando percebem alguma atitude suspeita ao seu redor”, aborda Valdam.
Fonte: http://www.segs.com.br
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